Exposição | 2010
As fontes de inspiração de Irina Ionesco são pinturas simbolistas, filmes hollywoodianos, tragédias gregas, poesia decadente, o kitsch sublimado e o sublime consagrado. Em sua obra, a fotografa cria paraísos artificiais, expõe a magia do falso luxo, fabrica jogos a partir de múltiplos espelhos imaginários.
Em tempos de excesso de imagens, a obra desta fotógrafa francesa de origem romena suspende o tempo e abre espaço para vivências e fantasias imemoriais. As mulheres fotografadas por Irina são, ao mesmo tempo, disponíveis e impenetráveis. Elas podem ser voluptuosas, sensuais, mas não são objetos de consumo. Só podem ser contempladas, jamais devoradas.
“As mulheres que posam para mim podem ser de qualquer tipo. Elas estão ligadas por um denominador comum que surge do meu estilo e da minha maneira de olhá-las. As mulheres que fotografo podem ser encontradas no teatro, mas raramente no cotidiano. Elas nada têm a ver com uma determinada forma de realidade banal.”
A obra de Irina Ionesco arremessa o espectador para a dimensão da cumplicidade, entorpece distanciamentos críticos. O gozo se dá através do olhar que percorre, aprecia, desfruta, fixa, atravessa, sente. Se as mulheres sempre foram para a artista a busca de um espelho, nesta mostra as imagens exibem novos personagens, expressões de uma fantasia em movimento.
Caixa Cultural, Brasília, São Paulo, Salvador, 2010
Figurino
Dina Salem Levy
Montagem
Jordana Berg
Mixagem
Dina Salem Levy
Patrocínio
Ministério da Cultura