Mostra de cinema | 2008
Veredas são caminhos, trilhas. Veredas são também as regiões úmidas, em torno de corregozinhos, riachos, onde crescem os buritis. O grande sertão de Guimarães Rosa é feito de campos gerais entrecortados por inúmeras veredas, sejam elas geográficas ou existenciais. Ali, não só a natureza pode ser seca ou úmida, como a vida pode tomar diversos rumos, inclusive o da salvação ou o da perdição.
Durante muitos anos, pela riqueza formal de sua obra, Guimarães Rosa foi considerado “inadaptável” para o cinema. No entanto, seria ingênuo supor que tais obstáculos não seriam o próprio estímulo, e não tardaram a aparecer os primeiros filmes adaptados de seus textos. Cada cineasta seguiu sua própria vereda, privilegiando um ou outro aspecto de tantos possíveis – a trama, o texto, a fala, os personagens, os cenários.
Não é de estranhar, portanto, que alguns filmes optassem, deliberadamente, em serem, também, constituídos desse emaranhado de possibilidades, entrecruzando contos e referências.
Hoje, como os rios de Guimarães Rosa já chegaram ao mar, é impossível mensurar a influência de sua obra. Assim, seria limitador exibir apenas os filmes de ficção, adaptações literárias. Por isso, compuseram a mostra, também, documentários feitos a partir de seu universo, incluindo três curtas sobre o personagente Manuelzão. E, se alguns outros filmes não estão referenciados diretamente em sua obra, tampouco poderíamos nos furtar a exibi-los, uma vez que é certo que cruzaram ou percorreram algumas de suas veredas, já que o cinema, como o sertão, é do tamanho do mundo.
CAIXA Cultural, RJ, 2008
Curadoria
Eduardo Ades
Produção executiva
Matheus Carvalho Ramalho
Coordenação de produção
Gisella Cardoso
Produção assistente
Bianca Zanoni
Ingrid Lemos
Assessoria de comunicação
Andréa Cals
Design visual
Thiago Lacaz
Revisão de textos
Rachel Ades
Revisão de cópias
Cristina Mendonça
Empresa produtora
Boituí
Patrocínio
Caixa Econômica Federal